Já não é novidade que a franquia de FPS — jogos de tiro em perspectiva de primeira pessoa — conhecida como Call of Duty evoluiu consideravelmente ao longo do tempo. Novas possibilidades de diversão, armas cada vez mais convidativas, modos multiplayer diversificados e até mesmo zumbis têm comprovado o sucesso da série no mundo dos video games.
Enquanto Modern Warfare 2 causou impacto com vários aspectos impressionantes (gerando excelentes números de vendas), Black Ops não foi lançado com tanto estrépito. Sim, quem é fã acompanhou as novidades freneticamente, mas as adições feitas pelos desenvolvedores da Treyarch foram menos expressivas.
De qualquer maneira, é Call of Duty. Logo de início, o jogador pode perceber que os responsáveis pela franquia mantiveram a seriedade e capricharam na produção. O menu principal é simplesmente sinistro, levando em consideração que o gamer tem a possibilidade de movimentar a câmera enquanto visualiza, além das seções Campanha, Zombies, Multiplayer e opções gerais, um cenário assustador: uma sala de interrogatório.
Pois é, tudo começa de uma forma macabra. O personagem principal do jogo é Alex Mason, um soldado experiente que está sendo interrogado e torturado por pessoas desconhecidas. Selecionando o item Campanha, portanto, você tem a oportunidade de começar um novo jogo, escolher uma missão desbloqueada ou ficar a par da “inteligência” (Intel) do enredo.
Tradicionalmente, são quatro os níveis de dificuldade oferecidos: Recruit, Regular, Hardened e Veteran. Para aqueles que já estão bastante acostumados com a dinâmica da jogabilidade de CoD, o Baixaki Jogos recomenda a escolha da opção Hardened. Nos dois últimos níveis, jogadores experientes encontram bons desafios e devem ser mais cautelosos — e eficientes, obviamente — nos disparos contra oponentes variados.
Surgem cenas únicas com o desenrolar da trama? Com certeza, mas é possível constatar que muito foi herdado dos demais games da série... O que não é necessariamente ruim, é claro. Mas o BJ adverte: quem está aguardando inovações no desenvolvimento pode se decepcionar um pouco com o modo de jogo principal.
Ainda assim, os fatos retratados na tela são muito envolventes. Uma atmosfera de violência foi criada com primazia pelo pessoal da Treyarch. Infelizmente, você verá abaixo que um “defeito” da série permanece firme e forte: curta duração da campanha.
Frenesi com outros jogadores
Como muitos já sabem, a área multiplayer sempre foi um dos pontos fortes da franquia. Em Black Ops, apareceram novidades intrigantes nessa parte do jogo. Desta vez, o jogador não somente desbloqueia armas, acessórios e ações extras — os famosos Perks — enquanto passa de nível, mas também adquire dinheiro.
Os CoD Points formam a “moeda” do game e são gastos em praticamente tudo: armas, acessórios e até mesmo contratos. Há tipos diferenciados de contratos disponibilizados de tempos em tempos. Um bom exemplo de Contract é executar três tiros ná cabeça (headshots) sem morrer. Nesse caso, você não recebe apenas dinheiro, mas também pontos de experiência. É importante reforçar que os contratos mais difíceis custam mais caro, porém oferecem recompensas mais generosas.
Além disso, foram feitas mudanças em outras partes do modo multiplayer. Agora, você tem a chance de alterar até mesmo o tipo de soldado controlado, podendo escolher um dos biótipos disponíveis. Até dez classes podem ser criadas, sendo que os desenvolvedores criaram vários novos Perks e modificaram outros. Por exemplo: usando o Last Stand (“prolongar” a morte, equipando uma pistola enquanto ferido no chão), o combatente pode se arrastar enquanto tenta atirar nos inimigos.
A nova mecânica de correr e realizar um salto com o comando Prone — deitar-se no chão — combina perfeitamente com o dinamismo dos combates com outros jogadores. De qualquer maneira, o modo multiplayer continua fazendo estrago e consiste em uma das melhores atrações de Black Ops.
Aprovado
O quê? Fidel Castro?
É isso mesmo. Uma das empreitadas de Mason retrata uma caçada ao tão conhecido ditador. É interessante a maneira da qual são apresentados os diversos personagens da trama. Mason é um combatente com um passado muito intrigante, considerando a intensidade das missões envolvendo o soldado.
A história, aliás, conta com reviravoltas e eventos bastante impactantes. Vale a pena gastar alguns minutos visualizando cenas de corte — cutscenes — nas quais os diálogos apenas enaltecem o clima de tensão e expectativa que precede os momentos de ação.
Ambientação expressiva
O jeito com o qual é “contada” a história é muito contagiante. Tome cuidado para não ficar literalmente alucinado com as cenas de tortura e com os flashbacks de Mason. De modo geral, a perspectiva faz jus à qualidade apresentada anteriormente nas campanhas de outros Call of Duty.
O próprio estilo dos cenários (por mais que os gráficos apresentem alguns defeitos) entra em sintonia com os demais aspectos técnicos e colabora bastante para a formação de um conjunto convidativo. Imersão é o que não falta tanto na campanha quanto nas emocionantes batalhas multiplayer de Black Ops.
Matando (e morrendo) na faca
Falando em multiplayer... O que dizer de um modo respeitável em todo o planeta pelos admiradores da franquia? Para começar, há uma boa variedade nos diferentes tipos de combate (Team Deathmatch, Free For All, Capture the Flag). Até zumbis podem ser enfrentados cooperativamente pelos gamers que preferem matar mortos-vivos a seres humanos.
O sistema de progressão nos tiroteios é recompensador. Os Personal Bests, as diferenças entre os Perks, as conquistas, o vasto e belo arsenal, os acessórios variados e todo o sistema que engloba a jogabilidade multiplayer respeita aquilo que os fãs sempre gostaram em Call of Duty: competitividade. Uma novidade interessante na interface online é a apresentação do Ratio, a taxa entre assassinatos e mortes dos jogadores.